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Resenha

  • Foto do escritor: Monique Prado
    Monique Prado
  • 28 de jul. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 16 de jul. de 2023


Eu sempre gostei muito de gente, coisa de quem adora uma resenha, uma história bem contada.




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​A cozinha lá de casa sempre foi palco de muita conversa. Meu tio e minha mãe pegavam os seus respectivos copos, mama com um copo de café com leite e meu tio com café purinho e a resenha sempre começava com um tom de lembrança. Carminha, Zezinho, tia Cida, Terezinha, Leda, Yasmin eram alguns desses nomes que surgiam nas conversas, às vezes com um ar de fofoca, às vezes com um ar de pesar. Outras vezes falando que fulana estava grávida ou que beltrano morreu. Na era lula com os apagões, ascendíamos velas e o lance era jogar dominó ou fazer mímica na parede. Saímos alfabetizadas de casa e sabendo um tiquinho de matemática por causa da regra dos nove, as tabuadas, enciclopédias e o pai dos burros (dicionário) que minha mãe fazia questão de nos direcionar quando começaram os porquês enquanto crianças: "Mãe o que é sereno? Pega o pai dos burros menina". Era ali também que fazíamos nossas lições de casa. Minha mãe tinha o total de zero paciência, mas também três crias e um monte de perguntas, roupa de molho e comida pra fazer.... Pensa?! Sem falar nas massas de domingo, as coxinhas, os doces de calda, os bolos, a mesa farta nem que fosse de arroz, feijão, frango e farofa. De sobremesa descascávamos uma laranja pera ou lima (eu sempre gostei das azedas) ou então uma bela de uma manga. Na época de quermesse o cheiro de bolo e as travessas para raspar. Só quem viveu. Caraca fomos crianças felizes... E lá estava a cozinha como palco de muita ancestralidade, filosofia, fofocas e resenhas. Hoje aqui na @refazendarioxopoto com todo esse cenário delicioso só me vêm essas memórias afetivas. Como sou grata!


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©2025 por Monique Rodrigues do Prado

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