top of page

Refazenda: o começo de um futuro possível

  • Foto do escritor: Monique Prado
    Monique Prado
  • 5 de ago. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 16 de jul. de 2023

Patty Durães, um evento.​ Uma capricorniana que gesta a Refazenda, uma residência que funciona como um laboratório vivo de ideias, além de misturar boa alimentação, arte, agroecologia e princípios sólidos de cooperação.



ree


Eu estava ansiosa para que esse momento chegasse, mas com receio de que não fosse dar

certo, já que uma semana antes eu ainda estava com o braço esquerdo engessado, pois tinha me aventurado no asfalto em uma queda que tinha acontecido um mês antes em Ubatuba. Mas deu tudo certo, inclusive a Re.azenda foi uma fisioterapia por ela mesma: Muita vitamina D, movimento e decolonização do quadril.


Logo no primeiro dia fomos recebidas com um dia ensolarado pelos residentes Patty Durães, Aniké, Gustavo, Dvd e Matheus. Fomos convidadas a esticar as nossas cangas e vestir os nossos biquínis para deitar os nossos corpos na grama. Depois de ouvir a história do projeto que esse ano completa um aninho, fomos às divisões das tarefas para manutenção, organização e limpeza da casa.


Em roda, muitos ensinamentos. Patty ocupa um lugar de autoridade de quem já circulou em múltiplos espaços de poder e hoje compartilha enquanto polinizadora as lições que a vida lhe deu. Dos contatos com os produtores locais, da cidade de Barbacena no Sul de Minas Gerais às vivências gastronômicas da Refazenda, Patty nos leva a pensar sobre os nossos hábitos da cidade grande.


Espalhadas pelo casarão mineiro de mais de 100 anos as plaquinhas escritas em azulejos regem os comportamentos e dão dicas aos integrantes da casa, com informações preciosas de como descartar o lixo orgânico e sólido, como ligar o chuveiro aquecido com a água da placa solar, onde guardar a louça e como manter o ambiente em harmonia.


O lugar está longe de ser similar a um albergue ou uma pousada, pois há um clima familiar entre os integrantes. As noites geladas pediam forno à lenha, um chá bem quentinho e meias nos pés.


ree

Na hora do almoço, todos os dias parecem ser um grande evento, pois sentamos em volta da mesa, aguardando Patty Durães anunciar o cardápio quando então há uma chuva de aplausos. Uma celebração gastronômica diária como eu não via há anos.


Café, goiabada, queijos, doce de leite, pão feito com fermentação natural, variedades de legumes e verduras direto da horta, tudo muito fresquinho, nutrem a nossa alma durante o período da Re.fazenda.


O lugar cheira criatividade e potência. Tanto assim que é muito comum flagrar alguém como o seu laptop aberto produzindo alguma coisa, ora disparando escrita, ora em reuniões, ora consumindo conteúdo, ora em aulas EAD, o que mostra que a Re.azenda não ficou alheia ao clima pandêmico e tecnológico sobre o qual estamos atravessando.


A refazenda é um modelo de sociedade que transcendeu as estruturas capitalista, racistas e LGBTQIA+fobicas, uma vez que os seus princípios de auto-organização, liberdade, compromisso social, sustentabilidade, reciprocidade e horizontalidade subverte a pirâmide social.


Entre o ócio e as tarefas bem definidas, o lifestyle da Refazenda estimula uma vida leve, criativa e multiplicadora. É como se o LinkedIn fosse um espaço físico que possuísse horta, lugar para banhar o corpo com água pura e para tomar sol.


Me senti em como uma grande família.




Comentários


©2025 por Monique Rodrigues do Prado

bottom of page