Preta em movimento
- Monique Prado

- 22 de mai. de 2022
- 1 min de leitura
Eu acredito na força produtiva do movimento, muito embora nos últimos anos nos ensinou que não há como confiar no movimento incansável, é preciso ter atenção à respiração e, sobretudo, beber água.

Contudo, o movimento gera uma corrente de realização na hipótese de colocarmos todas as nossas impressões e acúmulos para que as intenções deixem de ser sonho e passem a ser materialização.
Tudo bem, às vezes pode soar utópico e até classista essa perspectiva em um país que voltou para o mapa da fome, em razão da desproporção econômica que atravessa a distribuição de riqueza e deixa uma parcela significativa da população à míngua, estirados na calçada gelada das grandes capitais.
E por muito tempo isso me gerou tamanha indignação que também gerou um efeito paralisante. Por agora, sendo uma mulher negra em movimento, rompendo uma série dessas estatisticas e muito mais que isso, criando imaginários para esses rostos negros que imprimem a miséria e desgraca, me faz de um lado, ficar esperancosa, de outro lodo convertendo toda essa indignacao em multiplicidade de possibilidades para quem se parece comigo, assim como fizeram comigo, quando vi outros rostos parecidos com o meu, ocupar certas posicoes e desafiar o que está posto.
Sem se descolar do meio em que cresci, vou ser amante da vida. Afinal, precisamos estar vivos para criar imagéticos outros.
Sem se descolar do meio em que cresci, vou ser amante da vida. Afinal, precisamos estar vivos para criar imagéticos outros.






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