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O julho das pretas

  • Foto do escritor: Monique Prado
    Monique Prado
  • 25 de jul. de 2023
  • 2 min de leitura

No dia 25 de julho é celebrado o dia da mulher negra latino-americana e caribenha.

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A data tem origem no Primeiro Encontro de Mulheres Negras latino-americanas e caribenhas que ocorreu entre 19 e 25 de julho em Santo Domingo, na Republica Dominicana, reunindo mulheres negras de diferentes países com o fim de analisar os efeitos do racismo e do sexismo na região, além de articular ações e homenagear mulheres afrodescendentes.


No Brasil, o dia foi instituído apenas em 2014 por meio da Lei Federal no 12.987, nomeado como Dia Nacional de Teresa de Benguela (líder quilombola) e das Mulheres Negras. Para o movimento de mulheres negra, ONG’s e sociedade civil o dia reflete uma agenda propositiva que, muitas vezes, engloba a semana do dia 25 ou mesmo todo o mês de julho, o chamado julho das pretas.


A data não tem como escopo emoldurar todas as mulheres negras latino-americanas e caribenhas em um grande bloco de identidade única, ao contrário. A data respeita a pluralidade das mais de 200 milhões de mulheres negras da região sul-americana e caribenha segundo a Associação Mujeyes Afro. No Brasil, segundo o IBGE, somamos o maior grupo com quase 28% da população.


Apesar dessas considerações não exclui-se o fato de que alguns índices atingem massivamente essas mulheres e as empurram para a base da pirâmide social, como o que ocorre com mulheres indígenas e trans, sobretudo, racializadas.


De toda forma, mulheres negras não estão resumidas à escassez, angústia e números devastadores. Essas mulheres desafiam a ordem social tirando a máscara da escravizada Anastácia compartilhando outros saberes por meio da oralidade e escrevivências.


Mulheres negras criam formas de organização socioeconômica através da economia criativa, solidária e circular, criando espaços de acolhimento entre si e redes de afetividades, seja nas rodas de conversas, nas redes sociais, ou no sistemas de ajuda mútua na realização de seus sonhos e projetos.


Uma mulher negra no mundo é o sonho vivo de nossas ancestrais.


Irmãs lhe digo: a retomada está em curso!


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©2025 por Monique Rodrigues do Prado

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