Erótico como instrumento contra-colonial
- Monique Prado

- 17 de jul. de 2023
- 1 min de leitura

Um corpo livre,
É aquele de desobedece.
Pesquisar sobre afetividade é produzir uma literatura que conta não só com a ordem do palpável como também dá vazão aquilo que desperta os nossos imaginários a fim de frutificar o desejo.
Com isso, corpos dissidentes se reestruturam para criar um repertório mais sensorial e trazer do inconsciente aquilo que foi abafado pelas opressões de gênero, raça, território e classe, situações essas típicas que penetram o tecido social em razão da dominação da branquitude eurocêntrica.
Corpos como os nossos são então colocados cotidianamente à prova quando se expressam frente aos seus estímulos, justamente porque desestabilizam a ordem moral do que é entendido como normativo.
O erótico é, portanto, uma estratégia que nos emancipa da consciência branca. É pela via das nossas querências mais profundas que conseguimos vibrar para o mundo que vai ganhando materialidade porque teve a ousadia de ser inventado. Corpos dissidentes têm desafiado a brutalidade da outrização, porque negam repetir a imagem narcísica branca.
A criação de uma subjetividade negra rompe com a marca branca do desejo, justamente porque se afasta dessas façanhas medonhas da branquitude cujo desejo nasce a partir da proliferação de Barbies, como esse arquétipo branco que pouco reflete a experiência ameríndia e negra no que tange a corporalidade, o movimento e o desejo.
A revolta é parte do erótico consciente, onde a pessoa dissidente tem o condão de não precisar de validação para existir. O gozo começa em si para então se expandir, ou seja, negar a exotificação e a imagem que em nada reflete a nossa negritude.
O êxodo é o eixo
Esparramar
É sair do próprio corpo.






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