O abraço do sol
- Monique Prado

- 26 de mai. de 2022
- 2 min de leitura

Documentar a vida ou meramente contemplar as suas passagens cotidianas, quebrar a pressa e saber que diante do impermanente, não há nem o "para sempre", tampouco o "nunca mais".
O vento assopra aos meus ouvidos que eu não me apresse, mesmo que a vida seja ligeira. Pois o que ficou para trás abre espaço para abundância, de modo que aquilo que está enraizado somente dá flores quando totalmente nutrido pelo abraço do sol.

De toda forma, a vida vai parindo os seus frutos e a imagem meramente estática, se alarga pelos corredores das ruas movimentadas do centro.
Muito realizada em perceber que o decurso do tempo apresenta alternativas de viver cujo doce e o amargo se fundem diante da imprecisão e certamente há beleza nisso, uma vez que o horizonte também fala, o tempo dialoga e o território denuncia.
A busca nem sempre é pré-agendada. Às vezes ela te atravessa em uma das ruelas que se camuflam entre a imensidão da cidade que não para. Esse trecho, essa fresta, essa sutileza é para quem parou para se dar conta que no meio do caos, há também corações.
E diante de tanto comprar, o sol sinaliza que é hora de para e dar lugar para encher os pulmões. É hora de olhar o dia como um porta retrato e deixar o mover-se trazer as indicações, pois as respostas limitam as possibilidades.
É impressionante como a luz do sol não te deixa desmoronar. O calor vai penetrando as suas entranhas e fazendo questão de lembrar que você nunca esteve tão viva quanto como no presente.
O movimento da rua é um laboratório intenso de criação. O novo e o velho se confundem para te fazer experimentar o desejo por fluir.
No fim, cada um de nós, é um universo paralelo.







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